Os preços do
café arábica fecharam em baixa na bolsa de Nova York nesta terça-feira
devolvendo todo o ganho verificado no pregão do dia anterior. A cotação para
vencimento setembro fechou a 105,55 com 470 pontos de baixa. Mesmo fechando bem
tecnicamente ontem as cotações não conseguiram se sustentar em função de vendas
de fundos e especuladores.
Segundo Centro
de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) ,a colheita de café robusta
do Espírito Santo, maior produtor dessa variedade do país, está caminhando para
o final, enquanto a qualidade dos grãos arábica preocupa em algumas áreas do
Brasil, "Os trabalhos avançaram rapidamente nos últimos meses e, até a
última semana, de 80% a 95% dos grãos haviam sido colhidos no Estado
capixaba", afirmou em nota o Cepea, da Esalq/USP. Quanto ao arábica,
principal variedade cultivada no Brasil e que responde por grande parte da
exportação do maior exportador global, os trabalhos de colheita também
"vêm avançando com força, sendo que a maior parte deve ser colhida ainda
neste mês, restando apenas as catações finais para agosto". As praças mais
adiantadas ainda são o Noroeste do Paraná e Garça (SP), com os trabalhos
atingindo de 70% a 80% da área em ambas as regiões até a última semana, disse o
Cepea. Na Mogiana (SP) e na Zona da Mata (MG), as atividades estavam entre 60%
e 75% do total. Já no Sul e Cerrado Mineiro a colheita avançou para 60% e 70%,
respectivamente.
A qualidade da safra de arábica, acrescentou o
Cepea, preocupa maior parte dos agentes
consultados, porque a bebida e o aspecto aquém do esperado foram observados em
todas as regiões, segundo o centro de estudos."Problemas com peneira
inferior e incidência de broca também têm sido relatados mais pontualmente em
algumas localidades, especialmente no Cerrado e na Zona da Mata", disse o
órgão, em linha com avaliação de especialistas ouvidos pela Reuters
anteriormente.